quando eu fizer
30 anos
lembrarei, letras
miúdas, os amores não havidos
inaugurarei a
máquina de fazer escrever
máquina de fazer
pão
rádio
os 30
anos parecem discretos
narrativa errante
no quarto, o
mundo espera o sol e os dentes nascem
os dentes só
nascem
e o amor?
canção de pés
haverá hora
de ouvidos afiados
tudo ilusão
lembrarei da
minha mãe
quando eu fizer
30 anos
descobrirei algum
poeta vivo
copiarei seus
seis versos
e dormirei menos
e falarei menos
renunciarei os
dois amigos
aquele anjo
teimoso asa quebrada fantasia de quarta-feira de cinzas
pede balada na
quinta
delicadeza
bondade
vinho
rio cansado olhos
derretidos
mas rio
palpitar de flor azul
era uma vez
poesia
(inexplicável) da vida
3 comments:
"Doçuras de Saulo"
renasce a cada sorriso que mostra, cada outro que arranca lá do fundo de todos os outros que te rodeiam, sorrisos que só te esperavam, sua presença encantadora, sua escrita de seda, leve e tão resistente.
Turbilhão de idéias de 30 anos, entre o azul e o escuro.
um abraço
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