Tem
uma estante cheia de cds. Um sofá emprestado. Um ventilador. Uma prateleira
cheia de livros, naturalmente. Livros com muitos labirintos e paralelos.
Paralamas e um computador deitado no chão. Toco no chão para ter cuidado.
Dentro do computador disfarço poesias esquecidas. Dentro do esquecimento, uma
vontade de nuvem e passagem molha as plantas. Tem um nome, uma data, um reencontro,
uma analogia de cafuné e cutucadas e hortelã. Eu tenho você desde aquele dia.
Desde aquele dia, o adiamento de nossas nucas e bibliotecas foi para esse
futuro não mais futuro. O futuro tirou a calcinha, os óculos e o bigode. Ele
está agora. Ficamos cronos e mil listrados até todos entardeceres. Numa roupa
devir eu guardo seu corpo e rezo. Sua escápula esquerda está numa caixa. Com
ela faço bolhas de sabão e cheiros de alfazema. Perfumo o nosso suor. Próximo
ao farol de plantações grito por você e rio. Refaço meu pedido de amizade. E é
de amizade esse lacrimejo no seu colo estonteante e no meu olho pequeno.
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