Estou procurando um poema. Encontro a frase
outro ouro. Parece clichê. Tem uma panela de pressão trabalhando a essa hora da
madrugada. Feijão com chá de camomila e alecrim. Não parece clichê. Uma alegria. Uma gostosura. Acho temperos. As luzes
estão acesas e o cheiro é bom. Próximo sábado tem festa de Axé. Axé. Quero uma
blusa azul cor de água. Ô Iemanjá quando vem rompendo águas. Falei com Cosme e
Damião. Quero talvez. Todo texto meu é um abrir parênteses ao lado de outro parênteses.
Não é uma caixa dentro de uma caixa. Não é uma caixa fora de uma caixa. É uma
caixa foradentro. Eu penso no outro e outro parêntese e formulo (alquimista)
ouro. Os alquimistas virão. Estão chegando. Os alquimistas. Sobreveio esse som.
Ô Iemanjá. Vem. Rompendo águas. Falarei para Pedro do meu olhar marítimo. Veio
esse poema-crônica sei lá. Sei tão pouco e talvezes. Olho meu olho de água encontro doce e salgada. Axé.
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