November 18, 2016

Estou procurando um poema. Encontro a frase outro ouro. Parece clichê. Tem uma panela de pressão trabalhando a essa hora da madrugada. Feijão com chá de camomila e alecrim. Não parece clichê. Uma alegria. Uma gostosura. Acho temperos. As luzes estão acesas e o cheiro é bom. Próximo sábado tem festa de Axé. Axé. Quero uma blusa azul cor de água. Ô Iemanjá quando vem rompendo águas. Falei com Cosme e Damião. Quero talvez. Todo texto meu é um abrir parênteses ao lado de outro parênteses. Não é uma caixa dentro de uma caixa. Não é uma caixa fora de uma caixa. É uma caixa foradentro. Eu penso no outro e outro parêntese e formulo (alquimista) ouro. Os alquimistas virão. Estão chegando. Os alquimistas. Sobreveio esse som. Ô Iemanjá. Vem. Rompendo águas. Falarei para Pedro do meu olhar marítimo. Veio esse poema-crônica sei lá. Sei tão pouco e talvezes. Olho meu olho de água encontro doce e salgada. Axé.

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