December 11, 2009

essa poesia era azul

coleciono outros caras ou deixo minha cara vazia?
você entende meu ritmo?
eu enfeitei as marcas do amor-passado na sola do meu sapato listrado
e as rasuras pintaram minha boca de vermelho
ardemos doce como ácido

o amor desarrumou a cama apagada, descosturou-se, ficou feio, com dor de dente
o amor é carne entre os dentes esperma de rinoceronte
o amor é casa antiga indecente mal varrida
bordel das entropias e papéis avulsos
terminei o amor, saiba

desamar
é um jeito de amar
uma alegria serena
feito mar desfazendo algas
samba descalçando o previsível infinito

essa poesia era azul?

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